domingo, 22 de novembro de 2009

Moderador de apetite para info-obesos




Já faz algum tempo que tomei uma decisão: só vou saber o que eu quiser. Isso, aliás, eu venho dizendo aos meus alunos há algum tempo: deixem o leitor decidir o que é relevante para ele...não insistam. Eu sei que parece uma espécie de conselho próprio dos livros de auto-ajuda, mas, a cada dia me convenço mais de que todo jornalista tem um quê de Paulo Coelho. Afinal, fomos doutrinados nas Universidades para acreditar que temos que informar e formar, seja lá o que isso signifique.
Esse nariz-de-cera serve, no entanto, para tentar explicar porque não uso os leitores de Feed, embora reconheça sua importância para aqueles que ainda não se libertaram das algemas da informação. Ou para pessoas, como nós, que precisamos fazer com que acreditem que estamos 200% conectados.

Paulo Vaz aponta para a necessidade de os jornalistas se perceberem como um nó indispensável nesse emaranhado que é a internet. Isso remete à idéia defendida por alguns autores de que hoje a função de gatekeeper é essencial no jornalismo, talvez a mais importante delas. É um tanto estranho pensar assim, já que todo mundo começa na profissão trabalhando na apuração para sonhar chegar, um dia à edição. Essa porta de entrada, filtro poderoso, perdeu status com o tempo e, hoje, assume importância inquestionável, afinal, o tempo real é implacável. Há, no entanto, quem defende que os gatekeepers não têm mais função, na medida em que somos todos filtros.



Eu continuo acreditando que o melhor remédio para a info-obesidade é o bom senso. Ainda acredito que nada substitui a dor e a delícia de uma navegação descompromissada web afora. É claro que nem sempre isso é possível, mas, para esses momentos, sempre existirá o Google Reader, que não vai te provocar uma crise de abstinência piscando e avisando que você está 450 manchetes atrasado.

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